A história da
maquilagem (ou maquiagem) começa no antigo Egito, onde os faraós pintavam os
olhos para que evitasse que as pessoas olhassem-no diretamente, era um símbolo
político de respeito. Mais ou menos na mesma época, Cleópatra já usava pó khol
nas pálpebras, assim como tomava banho de leite e usava argila no rosto.
Passando para Roma, as mulheres usavam máscaras de farinha, miolo de pão e
leite durante a noite sobre o rosto para melhorar a pele.Conta a lenda que
Psyché foi buscar no inferno o segredo da pele branca da deusa Vênus, trazendo
a cerusa, ou alvaiade, para compor suas fórmulas mágicas. Até a Renascença
italiana esse mesmo alvaiade era usado durante o dia pelas lindas mulheres
nobres, que à noite cobriam suas faces com emplastros de vitelo crú molhado no
leite afim de minimizar os efeitos nocivos causados pelo alvaiade. O Kama
Sutra, escrito entre os séculos I e IV, define a mulher ideal como Padmini,
aquela que tem "...a pele fina, macia e clara como o lótus
amarelo..."
No Japão, do século IX ao XII, período de
Heian, a valorização da pele branca era regra geral. Para obter a aparência
extremamente clara as mulheres aplicavam um pó espesso e argiloso feito de
farinha de arroz, chamado oshiroi. Depois passaram também à usar o beni, pasta
feita do extrato de açafrão, para colorir as maçãs do rosto.Aproximadamente em
150AC o físico Galeno criou o 1o creme facial do mundo, adicionando água à cera
de abelha e óleo de oliva. Mais tarde o óleo de amêndoas substituiu o azeite e
a incorporação de bórax contribuiu para a formação da emulsão, minimizando o
tempo de processo. Estava aí a primeira base para sustentar os pigmentos de
dióxido de titânio e facilitar a aplicação na face; nascia a base cremosa
facial.Propaganda enganosa X bruxaria No final do século XVIII, o Parlamento
inglês recebeu a proposta de uma lei que tentava impor sobre as mulheres a
mesma penalidade por adorno que era imposta por bruxaria. O termo desobrigava
de suas responsabilidades os maridos que haviam casado com uma "máscara
falsa": "Todas as mulheres que à partir deste ato tirarem vantagem,
seduzirem ou atraírem ao matrimônio qualquer súdito de Sua Majestade por meio
de perfumes, pinturas, cosméticos, loções, dentes artificiais, cabelo falso, lã
de Espanha, espartilhos de ferro, armação para saias, sapatos altos ou
anquilhas, ficam sujeitas à penalidade da lei que agora entra em vigor contra a
bruxaria e contravenções semelhantes e que o casamento, se condenadas, seja
anulado..." É hilária a carta publicada no jornal britânico The Spectator,
no ano 1711, onde um marido aflito desabafa... "Senhor, estou pensando em
largar minha mulher e acredito que quando o senhor considerar o meu caso, a sua
opinião será a de que minhas pretensões ao divórcio são justas.Nunca um homem
foi tão apaixonado como eu pela sua fronte, pescoço e braços alvos, assim como
a cor azeviche de seus cabelos. Mas para meu espanto descobri que era tudo
feito de arte: sua pele é tão opaca com esta prática, que quando acordou de
manhã, mal parecia jovem o suficiente para ser mãe de quem levei para a cama na
noite anterior. Tomarei a liberdade de deixá-la na primeira oportunidade, à
menos que seu pai torne sua fortuna apropriada às suas verdadeiras , e não
supostas, feições..." O rei Henrique VII mandava os pintores retratarem
suas pretendentes matrimoniais, pedindo também às pessoas que cercavam a
rapariga que respondessem um extenso questionário sobre a futura esposa.As
instruções previam saber como era o rosto, se estava pintada e se havia algo
"perto dos lábios", referindo-se ao uso de batons e brilhos.
Elizabeth I, a rainha virgem, que assim ficou famosa por ter morrido sem se
casar, usou até o final de seus dias as faces cobertas de branco, as maçãs
pintadas com círculos vermelhos bem definidos e a cabeça coberta por uma peruca
de cabelo ruivo e dourado.E a Vaidade Vence...
Por volta da década de 20, os cinemas utilizam muito a maquiagem em suas produções, já que os recursos eram precários, sendo esta a principal forma de modificação da aparência dos personagens. A partir de então, a maquiagem passa a ser de uso geral.
Em 1921, Paris é palco de uma verdadeira revolução na história do batom; é primeira vez que um produto desta categoria é embalado num tubo e vendido em cartucho.
Essa década sofreu uma grande crise econômica devido a Grande Depressão que ocorreu em 1929 com a queda da bolsa de Nova York.Como resultado da emancipação gradual das mulheres, que começou em 1920, elas tornaram-se mais conscientes da sua independência de ação e mais ousadas na forma de expressar sua feminilidade, saindo de cena por completo a garota Flapper do final da década de 10 e metade da década de 20 e entrando em cena a mulher mais madura. Os filmes de Hollywood tornaram-se muito importantes, pois devido a crise, para muitas pessoas, o único entretenimento disponível eram os filmes. As mulheres copiavam os modelos de vestidos, penteados e maquiagem das populares atrizes cinematográficas.O sucesso é tal que em 1930 os estojos de batom dominam o mercado americano, trazendo uma nova fase para o desenvolvimento destas formulações. A morena Marilyn Monroe usava maquilagem clara e pintava lábios vermelhos intensos, atraindo e intensificando sua feminilidade.
Como a maior parte dos homens foi para a guerra, houve escassez de mão de obra para ocupar os postos de trabalho nas fábricas e estaleiros navais. Não demorou muito para o governo perceber que as mulheres eram a única maneira de produzir equipamento e material necessário para manter o esforço de guerra. Foi a primeira vez que as mulheres de classe média alta iriam trabalhar fora de suas casas, já que as mulheres pobres sempre trabalharam. Algumas mulheres ficaram encantadas ao entrar na força de trabalho, pois viam este fato como a primeira chance de conseguir sua independência econômica.
Com a Segunda Guerra Mundial, as fábricas de cosméticos dão uma estacionada, pois toda a energia se concentrava para produção de armas, voltando-se então no século XVIII em que as mulheres mesmo preparavam seus produtos.
Com o fim da guerra nos anos 50, a maquiagem
volta com tudo, com o estilo fake – pele pálida, lábios realçados e olhar
delineado.
Os anos 60 é o auge, já que atinge por completo os jovens, fazendo
com que a indústria se aprimorasse mais nas embalagens e estojos.Essa foi uma década de grandes mudanças, sobretudo para as mulheres. A pílula foi inventada, a minissaia chegou com tudo, e o mundo ficou espantado com a chegada do homem à Lua. Essa era espacial e futurística provocou uma verdadeira revolução no modo de agir e pensar das pessoas e se refletiu na moda e na maquiagem também. Os tecidos sintéticos ganharam espaço e o brilho chegou ao rosto, com sombras em tons pastéis e cintilantes. Era só olhar na TV para constatar: Samantha, a feiticeira, usava e abusava de saias curtíssimas e Jeannie, quando não estava vestida de gênio, também adorava mostrar as pernas. Isso sem falar do make-up caprichado das duas. Enquanto isso, os Beatles faziam as mocinhas desmaiar e arrancas os cabelos, a Barbarella de Jane Fonda conquistava seu espaço em outros planetas e a magérrima modelo Twiggy fazia sucesso nas passarelas.
Os anos 70,
marcados pelo Disco, trazem a variedade de cores.
O maquilador americano Kevyn Aucoin conta que em 1967, ainda criança, quando confundiu a maquilagem branca -rosada intensa de uma vendedora de cosméticos com a aparência deixada pela aplicação de loção de calamina. Esta mistura de óxido de ferro vermelho e óxido de zinco era muito usada, na época, para aliviar o desconforto causado por picadas de insetos. A ingenuidade de Kevyn levou-o à comentar com a moça o quanto ele estava penalizado por sua dor! Como resposta deparou-se com um silêncio sepulcral, que só foi entendido pelo menino quando sua mãe, já a caminho de casa explicou que se tratava de maquilagem e não remédio... Na década de 70 as cores de maquilagem tornaram-se populares, acompanhando as coleções de alta-costura francesa, italiana e inglesa.Cada vez que um grande costureiro lançava uma nova coleção de cores e formas para as roupas, lá vinha um tom de sombra específico para os olhos, uma nova cor de boca. Dior, Chanel, Yves Saint Laurent e todos os grandes fabricantes ousavam e enchiam os olhos das mulheres de todo o mundo com suas criações cada vez mais tentadoras.
Em 80, os pigmentos
evoluíram, assim como o conceito de protetor solar e preocupação com o
envelhecimento da pele. O primeiro estilista surgiu no século XIX, quando um
verdadeiro artista traz uma nova fonte de prestígio à moda; Charles Frederick
Worth abriu sua loja em Paris em 1858, para vender modelos de casacos e sedas
de primeira classe. A imperatriz Eugénie, esposa de Napoleão III era sua mais
famosa cliente. Em 1885 é fundada a Chambre Syndicale de la Couture Parisienne,
regulamentando a arte da alta costura. Paul Poiret, Madeleine Vionnet, Coco
Chanel, Christian Dior, Cristóbal Balenciaga, Hubert Givenchy são alguns dos
nomes que mudaram a história da moda no mundo, causando a necessidade de uma
mudança de patamar na indústria de produtos para maquilagem.Durante os 100 anos
seguintes Paris firmou-se como autoridade em moda, trazendo para o mundo da
maquilagem um novo alento. Podemos dizer que a popularização da moda aconteceu
em 1892, com o lançamento da revista Vogue, tendo em seus primeiros números
personalidades como Gertrude Vanderbilt Whitney, vestindo suas próprias roupas.
Quando Condé Nasta comprou a revista, em 1909, a publicação passa à ter um
enfoque mais atraente, mostrando objetos do desejo para todas as mulheres.É
somente no século XX, com os avanços da indústria química fina, que os
cosméticos se tornam produtos de uso geral.
E é no final da década de 80 que entram em
lançamento as fórmulas evoluídas para cosméticos pigmentados. Às beiras do novo
milênio finalmente entram em cena fórmulas baseadas em tecnologia de vanguarda,
cujo uso garante propriedades bem interessantes para nossa beleza, como
proteção solar, umectação e controle do envelhecimento da pele.Nos anos 90 a
era do benefício visível ganha importância vital. A haute couture toma rumos
inteligentes nesta nova era. Estilistas ingleses de vanguarda como John
Galliano e Alexander McQueen vêm dar uma ventilada nas conservadoras Dior e
Givenchy, alterando mais uma vez a história da moda & make-up.
Hoje podemos
nos beneficiar do produto que colore e trata a pele, limpa, perfuma e protege
os cabelos, como nunca antes na história da humanidade. Yohji Yamamoto, Rei
Kawakubo, Helmut Lang e Ann Demeulemeester apontam para uma nova era, a era da
Beleza Inteligente, onde cada ser possa encontrar seu equilíbrio na roupa, no
cheiro e na cor. Com a chegada do novo milênio,
os diversos aspectos adotados pela beleza nos serviram de espelho. A aparência,
em manifestações diversas e imagens extremas, refletiu os
processos de transformação.
Os dois últimos anos misturam todos os possíveis
estilos de moda e maquiagem. Trazem a classe e a elegância do início do século,
a delicadeza sexy dos anos 60, a irreverência dos anos 80 e a
"apatia" em tom de protesto dos anos 90.
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